Desmineralização de água através de membranas de osmose reversa, como também os tradicionais sistemas por troca-ionica, possuem inúmeros casos de sucessos e também de insucessos.
Por mais de uma vez, ouvi clientes comentando que tiveram má experiência com sistemas de osmose reversa e que se arrependeram de sua implementação. Por lado, também conheço dezenas de sistemas que operam plenamente e com máxima eficiência, por mais de 10 anos com as mesmas membranas e clientes satisfeitos.
Então, qual é o segredo? O que precisamos considerar para implementação de um sistema eficiente?
Eu diria, sem nenhuma dúvida, que o problema não é da tecnologia mas sim, da execução do projeto. Diversos fatores influenciam a eficiência operacional do sistema, por exemplo: qualidade da água; QFD; qualidade das membranas; tratamento químico; controles, monitoramento; etc. Se tivermos de escolher apenas um, eu diria que é o:
– PRÉ-TRATAMENTO
Muitos projetos, por limitações financeiras ou até mesmo por desconhecimento sobre a tecnologia e suas limitações, o projeto acaba sendo implementado sem um pré-tratamento adequado e que suporte as variações de qualidade da água de alimentação. Ao invés de se optar por um filtro multi média, opta-se por um simples filtro de areia ou até mesmo, um filtro bag e espera-se a máxima eficiência do sistema.
Uma consideração que deveria ser seguida em todos os projetos é:
– INVISTA AGORA PARA NÃO GASTAR DEPOIS
Os principais itens que devemos considerar para elaboração de um projeto de sistema de desmineralização por osmose reversa, são:
QUALIDADE DA ÁGUA–> deve ser analisado aproximadamente 30 itens analíticos com LD extremamente baixos, para avaliação da saturação nas membranas e escolha do anti-incrustante ideal. Uma análise de alumínio por exemplo, com resultado de < 0,5 ppm, não nos diz nada. Devemos saber exatamente qual o teor e verificar qual o limite máximo na alimentação.
SDI –> Além das análises físico-químicas da água, o SDI (Silte Deposition Index), que mede a quantidade de material particulado presente na água e deve ser realizado no local, pois é necessário pressão de 1,5 – 2,0 Kgf/cm². O SDI indica qual será o pré-tratamento mais adequado para a qualidade de água considerada.
VAZÃO E QUALIDADE DO PERMEADO –> Para dimensionamento do sistema
Existem muitos relatos sobre sistema de desmineralização de água por membranas de osmose reversa. Muitos deles são VERDADES e outros MITOS. Abaixo, apresentamos alguns:
Não podemos usar o permeado como água potável!!MITO –> Pode ser usada, desde que remineralizado
Sistema de Osmose Reversa é mais cara que Troca Ionica MITO–>Atualmente, 90% dos projetos de investimento de uma Osmose Reversa fica entre 80 e 120 % do investimento da troca ionica. Portanto, são equivalentes.
Osmose Reversa é automática e “dá zero de trabalho” !! MITO–> isso não existe. O monitoramento é fundamental. Em geral, o tempo gasto com este monitoramento é muito menor que Troca Ionica. Mas alguém tem de fazer.
Osmose só dá dor de cabeça e tem gastos extremamente elevados (troca de membranas)!! MITO–> Monitoramento é fundamental – O sistema tem que ser limpo sempre que necessário – não quando tivermos tempo – A Troca Ionica também O investimento com troca de membranas ou de resinas devem ser previsto em orçamento Não podemos ter trocas não previstas
Normalização é Perda de Tempoe não precisa ser realizada!!MITO –> A Normalização é fundamental no monitoramento e deve ser realizada 1 x dia – Normalizar dados do passado para avaliação de problemas antigos pode não trazer resultados corretos – Normalização é prevenção e não correção – Geralmente, éitem de garantia de membranas
Osmose consome muito mais água!! MITO –> Na grande maioria dos casos, podemos aproveitar o rejeito em outras finalidades Mesmo com água de “baixa” qualidade, seu uso é possível, salvo raras exceções
Limpeza Química é fácil e basta usar ácido e soda !! MITO –> – Commodities possuem contaminantes – Commodities não são tamponados – CIP deve ser realizado quando o sistema necessita e não quando a planta tem disponibilidade ou temos tempo ou quando o operador quer – Os limites devem obrigatoriamente ser seguidos Cuidado com: – Vazões – Limites de Temperatura – limites de pH – Concentrações Produtos auxiliares são muito recomendados (tensoativos por exemplo) Lavagem química é trimestral da membrana (ideal) Deve ser feita com todo critério e cuidado, sem pressa
Limpeza Química Quando Der Tempo!!MITO –> Critérios: – 10 a 15% na queda da vazão normalizada – 10% de incremento da passagem de sais – 10 a 15% de elevação da pressão diferencial – 3 meses de operação contínua
Este é um conceito básico que espero esclarecer esse tema, mas participe de nosso fórum e traga suas perguntas e dúvidas.
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