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Se você respondeu SIM, NÃO FIQUE EVITE A ZONA DE CONFORTO NÃO DEIXE SEU OPERADOR SE SENTIR SEGURO
Decloração – O Cloro é um poderoso agente oxidante, e como já comentamos anteriormente, irá certamente degradar rapidamente e irreversivelmente as membranas de osmose reversa ou mesmo as resinas de troca iônica .
A remoção de cloro na água de alimentação de membranas é provavelmente, o controle mais complexo e de elevado custo envolvido. A passagem de cloro pelas membranas, como se sabe, provoca oxidação da camada de poliamida e consequentemente, danos irreversíveis como perdas rejeição de sais. A oxidação é uma das principais causas de troca de membranas (ver gráfico abaixo).
Existem duas opções para remoção do cloro em águas de alimentação de osmose reversa, a remoção química, com utilização de bisulfito ou metabisulfito de sódio e a remoção mecânica, através de filtros de carvão.
1- REMOÇÃO POR CARVÃO:
2Cl2 + C + 2H2O à 4HCl + CO2
Pode ocorrer proliferação microbiológica e requer troca de carvão frequentes.
Filtros de carvão ativado ou antracito também são utilizados para remoção do cloro em água de alimentação de osmose reversa, principalmente em água com elevado teor de cloro, porém, devemos fazer algumas considerações relevantes, ou seja:
Quando é usado a remoção do cloro por filtro de carvão, é uma boa prática, a implementação de um rigoroso controle microbiológico do sistema (antes e após o filtro), pela metodologia de Petrifilm (não com lâmino cultivo), para se evitar a proliferação microbiológica que é extremante prejudicial às membranas, até, da substituição dos elementos filtrantes no período correto.
HOCl + Na2HSO3 à NaCl + H2SO4
NH2Cl + Na2HSO3 + H2O à NH4Cl + NaHSO
Bissulfito de sódio reduz o pH e pode ser nutriente.
Como monitorar?
Normalmente, o monitoramento do teor de cloro versus dosagem de bisulfito de sódio é realizado através de analisadores de ORP, mantendo uma faixa de de controle de 200 a 300 mV e pH na faixa de 6 – 8. O controle por ORP requer as seguintes considerações relevantes:
Fontes de água ricas em compostos orgânicos como o Rio Tietê, por exemplo, com pré cloração/desinfecção por dióxido de cloro, são comuns valores de ORP >650 mV. Existem basicamente duas premissas para se garantir a proteção da camada de poliamida das membranas:
a) Manter o teor de cloro livre em 0 ppm ou muito próximo de 0 ppm;
b) Manter o pH na faixa ideal que garanta a conversão/remoção de CO2, com faixa de ORP entre 200 a 300 mV (300 mV é o máximo para se evitar micro fugas oxidantes e furos na camada de poliamida).
Sendo assim, a utilização do bissulfito de sódio tem 2 finalidades principais:
A dosagem de bissulfito de sódio então, poderá sofrer alterações para manter os objetivos da remoção de cloro e a redução da ORP. A proporção de dosagem em função do residual de cloro é conhecida, porém, quanto à dosagem necessária para redução da ORP só é possível através da elaboração em laboratório de uma curva com repetitividade e reprodutibilidade, quando o sistema estiver em operação.
Geralmente, a dosagem de metabisulfito de sódio comercial (30%) é de ± 4 a 5 ppm x ppm de Cl2 (1,5 a 2,0 ppm a 100%). A remoção química do cloro através da aplicação de Bisulfito de Sódio, ocorre com a seguintes reações:
Ácido hipocloroso: HOCl + Na2HSO3 à NaCl + H2SO4 (cloreto de sódio + ácido sulfúrico)
Cloramina: NH2Cl + Na2HSO3 + H2O à NH4Cl + NaHSO4 (cloreto de amônia + bissulfato de sódio)
Com tudo que foi exposto acima, é imprescindível que o fabricante das membranas especifiquem:
O controle da remoção do cloro por ORP com determinada faixa de operação de mV e pH, depende muito da qualidade da água de alimentação e da influência do oxidante utilizado e do pH da água, que influenciará no consumo do bissulfito de sódio, que pode ser muito maior que a previsão (mínimo o dobro). Existem casos em que a dosagem chega a 10 vezes maior.
Analisadores de ORP devem ter um plano de aferição e calibração em função de uma curva de Cl2 livre x pH x ORP, determinada em laboratório, de acordo com os procedimentos recomendados pelo fabricante do sistema.
Outro fator importante que deve ser levado em consideração, é a correção do pH da água com dosagem de soda caustica, para conversão do CO2 diluído em bicarbonatos para posteriormente, serem removidos nas membranas. O pH deve ser mantido em 8,0 e auxilia o ajuste dos analisadores de ORP (consultar o fabricante do sistema).
O gráfico abaixo, apresenta as taxas de rejeição das membranas em relação ao teor de cloro livre e tempo de contato:
Gráfico – estimativa de taxa de rejeição x Cl2 livre x tempo ((Fonte O PAPEL vol. 78, num. 3, pp. 69 – 75 MAR 2017)
E QUANDO SE APLICA DIÓXIDO DE CLORO?
Com dióxido de cloro haverá formação de clorito e clorato de sódio, cujo impacto sobre as membranas devem ser previamente avaliados e com muito cuidado, o que muitas vezes na prática não ocorre. Apenas tarde demais, quando já ocorreu a oxidação das membranas e foi constatado pela autópsia, com danos irreversíveis.
Vejam: 6ClO2– + 2H+ –> 2ClO2– + ClO3– + 6H+
2ClO2 + H2O –> ClO2– + ClO3– + 2H+
ClO2– + 2H+ –> 2ClO2– + ClO3– + 2H2O
Qual a ação desses compostos na membrana? Qual a melhor forma de remoção, controle e monitoramento? Quais análises são necessárias? Quais laboratórios estão capacitados para realizar essas análises?
Tudo isso deve ser avaliado previamente para escolha da melhor forma de neutralização e prevenção dos problemas de oxidação e preservação das membranas e do investimento.
Guia de Problemas e Soluções em Membranas de Osmose Reversa
Problema de Vazão | Vazão de Permeado | Passagem de Sais | Pressão | Localização |
Incrustação | Cai | Aumenta | Aumenta | Último Estágio |
Fouling Microbiológico | Cai | Normal ou aumenta | Normal ou aumenta | Qualquer Estágio |
Fouling Coloidal | Cai | Normal ou aumenta | Normal ou aumenta | Primeiro Estágio |
Degeneração | Aumenta | Aumenta | Aumenta | Primeiro Estágio |
Este é um conceito básico que espero esclarecer esse tema, mas participe de nosso fórum e traga suas perguntas e dúvidas.
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